sábado, 24 de dezembro de 2022

Como Funciona o Cérebro Dos Bebês?

 

Boa tarde!!

Você já parou para pensar como funciona?

Vamos descobrir juntos:

O cérebro de bebês e de crianças pequenas desenvolve-se rapidamente. Desde o nascimento, quando pesa 25% do peso que terá na idade adulta, o cérebro aumenta em dois anos para 75% desse peso.

No entanto, nem todas as partes do cérebro desenvolvem-se ao mesmo tempo, o que é particularmente verdadeiro para as áreas do cérebro envolvidas na memória declarativa. As células que compõem grande parte do hipocampo – uma estrutura cerebral no lobo temporal medial, necessária para a formação de memórias declarativas – são formadas no final do período pré-natal. No entanto, as células situadas no giro denteado do hipocampo.

A estrutura com regiões corticais do cérebro – aparentemente só estarão maduras por volta de 12 a 15 meses de idade. Outra área do cérebro envolvida nas funções de memória é o córtex pré-frontal. A densidade das sinapses nessa área aumenta drasticamente aos 8 meses de idade, atingindo seu máximo entre 15 e 24 meses. Mudanças continuam a ocorrer após esse período, estendendo-se pela adolescência. Assim sendo, vemos mudanças drásticas nas áreas do cérebro envolvidas com a memória ao longo dos dois primeiros anos de vida.

Bebês são capazes de criar memórias, ainda que não sejam capazes de lembrar-se delas quando adultos.

A primeira infância é um período crítico para trabalhar habilidades que serão essenciais ao desempenho escolar e à vida em sociedade. Entre elas, o autocontrole, a atenção e a capacidade de resolver problemas.

Hoje se sabe que as crianças já nascem prontas para aprender. O cérebro dos bebês recebe uma gama imensa de estimulações ainda intraútero e, a partir dessas informações, eles já desenvolvem conceitos físicos e biológicos, chegando a estabelecer relações de causa e efeito, quantidade (comprovadamente até quatro elementos) e conceitos relacionados à língua nativa. Para os bebês, a manutenção dos estímulos já apresentados intraútero, como luz e sons, deve ser mantida para o reforço e a intensificação dos registros de memórias sensoriais que já começaram a construir antes de nascer.

O cérebro dos bebês é ávido por receber estímulos ambientais e processá-los, desde que sejam respeitadas questões de ordem de apresentação, quantidade, velocidade e, principalmente, ritmo. Sabe-se, por exemplo, que os bebês têm preferência (melhor qualidade de respostas) a sons da fala humana do que a ruídos do ambiente; apresentam, desde os primeiros dias de vida, noções intuitivas de quantidade, memorizam sons, reconhecem e diferenciam acusticamente traços mínimos do idioma e demonstram preferências sensoriais por formas arredondadas e objetos simétricos e em movimento.

O cérebro do bebê desenvolve-se, assim, em resposta aos componentes genéticos (que sustentam as bases biológicas para o desenvolvimento) e ambientais. Dessa forma, durante toda a gestação e após o nascimento, o cérebro do bebê recebe e processa estímulos ambientais, ainda que reduzidos ou distorcidos. Essas informações são processadas e reforçam as sinapses que já foram estabelecidas a partir do período gestacional, uma vez que o cérebro do recém-nascido conta com uma superprodução de sinapses que serão seletivamente perdidas ao longo dos três primeiros anos, no processo chamado poda neuronal (descarte de neurônios). A experiência e a estimulação reforçam as sinapses já estabelecidas, ou seja, a aprendizagem modifica a estrutura física do cérebro, favorecendo assim a estabilização e a formação de novas sinapses.

O cérebro dos bebês recebe uma gama imensa de estimulações ainda intraútero e, a partir dessas informações, eles já desenvolvem conceitos físicos e biológicos, chegando a estabelecer relações de causa e efeito, quantidade (comprovadamente até quatro elementos) e conceitos relacionados à língua nativa.

O bebê nasce com uma estrutura cognitiva que lhe permite receber os estímulos e guardá-los na memória. Os neurônios, que são os encarregados de armazenar grande parte da aprendizagem, se desenvolvem no terceiro trimestre da gestação.

O que são Funções Executivas?

As funções executivas constituem um conjunto de habilidades que possibilitam uma reflexão atenta, isto é, deliberada e intencionada a alcançar um objetivo. Um bom funcionamento executivo permite ao indivíduo refletir antes de agir, trabalhar diferentes ideias mentalmente, solucionar desafios inesperados, pensar sob diferentes ângulos, reconsiderar opiniões e evitar distrações. Assim, essas habilidades são fundamentais para tomar decisões, viver e pensar com autonomia. Seu principal desenvolvimento ocorre de zero a seis anos de idade, período que corresponde à primeira infância, e é fortemente influenciado pela qualidade e quantidade de experiências que as crianças podem ter, inclusive relacionadas aos aspectos biológico e emocional.

Para os bebês, a estimulação sensorial e a comunicação verbal constituem os elementos da vivência adequada para o desenvolvimento da memória de trabalho. Para as crianças, as habilidades relacionadas à memória de trabalho possibilitam realizar atividades que envolvam algumas etapas sem o uso de lembretes, fazer brincadeiras de diferentes tipos, formular estratégias em jogos de regras. Na aprendizagem, a memória de trabalho auxilia a vincular ideias na linguagem oral e escrita e resolver os diversos passos de um problema de matemática.

Durante a infância, o controle inibitório é relevante para as crianças esperarem sua vez de falar em uma roda de conversa, manterem a atenção durante a leitura de uma história, participarem de brincadeiras que requerem essa habilidade, como “estátua”. O desenvolvimento do controle inibitório também possibilitará que, gradualmente, as crianças se tornem capazes de controlar reações mais emotivas (como a mordida e o choro) e consigam se acalmar para expressar seus sentimentos de outra forma.

Na vida de uma criança, a flexibilidade cognitiva contribui para compreender distintas formas de jogar um jogo ou para tentar diversas estratégias na solução de conflitos com outras crianças ou adultos.

Estudos identificam as regiões do cérebro envolvidas com o processamento das funções executivas. Sistematicamente, destaca-se a importância do córtex pré-frontal, área cortical localizada na região anterior do cérebro.

O desenvolvimento dessas regiões pré-frontais favorece a aquisição das habilidades relacionadas às funções executivas. Na primeira infância, os circuitos das regiões pré-frontais são modificados, esculpidos, consolidados em função das experiências da criança, notadamente aquelas que envolvem interações sociais. Nas fases seguintes da vida, esses circuitos continuam a amadurecer até o início da idade adulta. Todavia, a formação ocorrida na primeira infância é determinante de todo o desenvolvimento posterior.

Ressalta-se que o cérebro não está pronto assim que a criança nasce. Ao contrário, sua formação ao longo do crescimento do indivíduo pode ser comparada à construção de uma casa. A base fundamental do desenvolvimento do cérebro, que seria análogo à construção do chão e das paredes de uma casa, ocorre nos primeiros anos de vida e depende essencialmente das experiências vivenciadas. Essa primeira etapa é fundamental para todo o desenvolvimento posterior.

As funções executivas se desenvolvem progressivamente ao longo da vida e, após um período de maturidade na fase adulta, sofrem um declínio com o avanço da idade. No entanto, a trajetória da evolução dessas habilidades ao longo do tempo não depende apenas da integridade do córtex pré-frontal. Os estímulos que o cérebro recebe são essenciais para a formação dessas habilidades. São importantes para o desenvolvimento das funções executivas, tanto as heranças genéticas como os fatores ambientais e a sensibilidade da criança frente aos estímulos.

O desenvolvimento das funções executivas, ocorrido na primeira infância, será fundamental para a formação de habilidades em fases posteriores da vida.

Desde as pesquisas originais do cientista suíço Jean Piaget, experimentos feitos com bebês têm o objetivo de compreender as habilidades que surgem nesta etapa da vida.

As capacidades mais simples de funcionamento executivo, descritas a seguir, foram observadas em bebês em pesquisas experimentais. Relacionada à habilidade de memória, há a capacidade de bebês, entre sete e nove meses, buscarem objetos que foram visualizados e, posteriormente, escondidos. Também entre nove e dez meses o bebê poderá realizar planos simples com uma finalidade específica. Assim, por exemplo, ao ver um brinquedo ser escondido sob um pano, o bebê poderá se deslocar até o pano, removê-lo e apanhar o brinquedo. Quanto ao controle inibitório e à capacidade de manter a atenção, também há sinais de precursores dessas habilidades em bebês. A partir de seis meses, bebês podem aprender a não tocar em algo. Entre oito e dez meses, inicia-se a capacidade de manter a atenção apesar de distrações. Bebês, a partir de nove ou 11 meses, podem inibir a tentativa de alcançar objetos que estejam fora do alcance (por exemplo, um brinquedo atrás de uma porta de vidro). Também uma forma mais simples da habilidade de flexibilidade cognitiva aparece em bebês. Entre nove e 11 meses, bebês desenvolvem a capacidade de buscar métodos alternativos para pegar objetos que não estão sob o alcance direto das mãos.

A primeira infância constitui um momento fundamental para o desenvolvimento do ser humano, uma vez que nessa etapa da vida são moldadas diversas habilidades, entre as quais destacam-se as relacionadas ao funcionamento executivo. Necessárias para a tomada de decisões e o domínio sobre o comportamento, as funções executivas devem ser desenvolvidas desde a primeira infância para que o indivíduo possa ter o controle da própria vida posteriormente e assumir responsabilidades. As habilidades que compõem as funções executivas são essenciais para o controle consciente e deliberado sobre ações, pensamentos e emoções. Tais capacidades possibilitam ao indivíduo gerenciar seu comportamento e suas ideias de forma autônoma e independente.

As funções executivas, tal como o próprio cérebro, devem ser cuidadas e aprimoradas ao longo da vida.

Espero que tenha gostado


Um abraço afetuoso

Profª Vany Haddad (Autista)

Referências:

ASSUNÇÃO.J (2022)

BRYSON. T; SIEGEL. D. O Cérebro da Criança: 12 Estratégias Revolucionárias Para Nutrir a Mente em Desenvolvimento do Seu Filho - 1ªED. (2015) 


domingo, 18 de dezembro de 2022

Sentar Em W É Ou Não Indicado Para As Crianças?

 


Boa tarde! Hoje vamos descobrir se sentar em W é ou não indicado para as crianças.

Antes de responder essa pergunta, é importante esclarecer o que é sentar em W

O sentar em W refere-se à postura na qual a criança, quando sentada ao chão, posiciona as pernas em forma de W. Esse sentar é uma das posturas que as crianças assumem ao brincar.

Para a Fisioterapeuta Vivian Vargas, essa posição não é indicada para as crianças ficarem por muito tempo, pois, ela possibilita estabilidade, não necessitando que às crianças realizem rotações de tronco e transferências de peso no seu corpo, não fortalecendo, portanto, os grupos musculares necessários. Assim, o equilíbrio na postura sentada não é adquirido satisfatoriamente pelos estímulos não serem desafiadores.

Alterações Ortopédicas:

Quando sentada em “W”, os quadris encontram-se no limite da rotação interna, predispondo a criança a problemas ortopédicos futuros. Nesta posição anormal, o risco de luxação do quadril é preocupante. Esta posição também favorece a instalação de encurtamentos e contraturas musculares.

Então, o que fazer?

A criança deve passar por várias posições sentada durante o brincar. A alternância das posturas ajuda a criança a desenvolver os músculos do tronco e a formar as primeiras noções de equilíbrio e consciência corporal, porém quando ela assume apenas essa postura pode acarretar alterações ortopédicas, no desenvolvimento ósseo e no desenvolvimento motor.

Por isso a melhor forma de prevenir e observar a criança ao brincar e se a postura assumida for essa sem alteração para outras deve se reposicionar as pernas da criança a frente, mas comunicando a de que esta posição não e correta para ajudar criar uma consciência corporal. 

Modificar as Posturas Sentadas, aprimora o Controle Muscular

Por isso que quando a criança brinca modificando suas posturas sentadas ela aprimora o controle muscular, são capazes de realizar rotações de tronco, inclinações, transferências de peso laterais, reações de proteção e trabalham também a dissociação de cinturas.

Para escrever, utilizar talheres, ou qualquer outra atividade que exija controle distal, é preciso que o tronco seja estável e ofereça boa sustentação aos músculos que vão movimentar o braço.

Assim, se uma criança varia suas posturas sentadas e desenvolve o controle postural de tronco, então esta boa estabilidade proximal irá oferecer um melhor controle dos membros superiores permitindo que elas manipulem livremente os brinquedos e desenvolvam suas habilidades manuais.

 

Perfil do Instagram usado como referência:

@fisiovivianvargas

terça-feira, 18 de outubro de 2022

A ARTE E A DISLEXIA: QUAIS OS BENEFÍCIOS?

 Boa noite!

Hoje vamos falar sobre a arte e a Dislexia: Quais os benefícios?

Vamos relembrar o que é Dislexia?

A ABD (Associação Brasileira de Dislexia): define a Dislexia como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica. Ao contrário do que muitos pensam a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição socioeconômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.

Segundo a ABD/2007, a mais utilizada é a de 1994 da Intenational Dyslexia Association (IDA): Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. Um distúrbio específico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade de decodificar palavras simples. Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Estas dificuldades de decodificar palavras simples não são esperadas em relação a idade. Apesar de submetida a instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sociocultural e não possuir distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo de aquisição da linguagem. A Dislexia é apresentada em várias formas de dificuldade com as diferentes formas de linguagem, frequentemente incluídas problemas de leitura, em aquisição e capacidade de escrever e soletrar.

A Arte e os benefícios:

A arte está ligada à conexão, ela consegue unir o racional ao emocional, proporcionando um entendimento maior sobre os sentimentos e emoções. O envolvimento com a arte através da música, dança, pintura, teatro e entre outras, são formas de estimular a criança a ter novas percepções de mundo. Para as pessoas com dislexia, isso pode ser ainda mais especial, pois ajuda a desenvolver inúmeras habilidades, sendo um incentivo para que saibam identificar e expressar suas emoções.


  • Ø  Fortalece as conexões com o mundo
  • Ø  Amplia a perspectiva
  • Ø  Cria novas expectativas
  • Ø  Levanta a autoestima da criança

A arte auxilia no desenvolvimento humano e pode auxiliar na recuperação dele, na medida que realiza atividades, lhe proporciona uma grande satisfação e elevar a autoestima, além de reconhecer e valorizar, essas atividades são pontos fundamentais nesse processo.

 

A atividade artística é um dos modos que a pessoa tem de se expressar. Na Educação Inclusiva, esta poderá ser desenho, pintura, colagem, modelagem, bem como a música, o teatro, a dança e a leitura. A criação e recriação entre temas, traços, cores, ritmos e composições que compõe trabalhos como o desenho, por exemplo, não era favorecido esse tipo de atividade.

“Segundo a Associação Brasileira de Arteterapia, é um modo de trabalhar utilizando a linguagem artística como base da comunicação cliente-profissional. Sua essência é a criação estética e a elaboração artística em prol da saúde mental. Em Arte terapia o próprio artista/paciente/cliente é quem faz a interpretação de suas criações. Cabendo ao arte terapeuta apenas instigar esta investigação. Diferente das terapias tradicionais, que consiste principalmente das projeções que ocorrem entre terapeuta e paciente, em arte terapia existe uma relação triangular: o arte terapeuta, o paciente, e a arte (criada em terapia).

Com a Lei n. 9394/96, sob (art. 26,2) (Brasil, 1996), revogam-se as disposições anteriores e a Arte é considerada obrigatória na educação básica: O ensino da Arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis de educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. A arte na escola vem remover barreiras a aprendizagem, junto com as pessoas com necessidades especiais, pois a arte funciona como forma de redescoberta pelos professores e alunos.

 

Segundo os PCNs - Arte (Brasil, 1993, p. 15), A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que em um modo particular de dar sentido às experiências das pessoas: por meio dele, o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação de aprender, pois a arte envolve basicamente, fazer trabalhos artísticos e refletir sobre as formas da natureza e sobre as produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas. Para tanto, a escola deve saber aproveitar a diversidade de recursos humanos e materiais disponíveis na comunidade que ela esteja inserida, a fim de que o aluno ao longo da escolaridade tenha a oportunidade de vivenciar o menor número de formas de arte.

No filme Como Estrelas Na Terra, o professor de Arte sempre associa as letras a alguma imagem e assim o aluno consegue enfim fazer leitura de frases e palavras. É necessário num primeiro momento que o professor perceba o aluno disléxico e então saber que outras formas de leituras fazem parte do seu processo de aprendizagem, aproximando assim o aluno da escola, sentir-se inserido e capaz, construindo-se assim como sujeito participante da sociedade em que vive.

As crianças disléxicas não possuem apenas dificuldades, pelo contrário, algumas possuem um bom desenvolvimento em diferentes áreas.

Facilidade para construir, ou consertar as coisas quebradas.

  • Ser um ótimo amigo.
  •  Ter ideias criativas e achar soluções originais para os problemas.
  •  Desenhar e/ou pintar muito bem.
  •  Ter ótimo desempenho no esporte.
  •  Ter ótimo desempenho na música.
  •  Demonstrar grande afinidade com a matemática.
  •  Revelar-se bom contador de histórias.

Um professor pode elevar a autoestima de um aluno ao interessar-se por ele como pessoa. Isso significa proporcionar um ambiente acolhedor na classe, aceitando realmente a criança como ela é, e enfatizando cada sucesso que ela consiga.

 

É importante que o professor, a comunidade escolar e a família tratem o disléxico com naturalidade, acolhimento e respeito. Toda criança tem direito a aprender.

 

Espero que eu tenha ajudado vocês!


Um abraço afetuoso


Profª Vany Haddad (Autista)



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS, ARTES. Disponível em: Acesso em: 10 de nov. 2018.

BARBOSA, Ana Mãe. Arte – Educação no Brasil: Realidade hoje e expectativas futuras. Outubro de 2012 DESENHO: Pele, toque e desejo. Disponível em: Acesso em 15 de abril de 2019 Escolarização exclusiva: o autismo e arte Acesso em: 13 de maio de 2019 FERREIRA, Aurora. Arte, escola e inclusão: atividades artísticas para trabalhar com diferentes grupos. 2.ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. Mello, de, S. Ross, Ana Maria. Autismo: Guia Prático. 7ªEdição.

A IMPORTANCIA DA ARTE. Disponível em: < https://arteparaincluir.com.br/> Acesso em 20 de março de 2019 AMOEDO, Henrique. Dança inclusiva em contexto artístico. 2002 Disponível em: Acesso em 21 de março de 2019.

Associação Brasileira de Dislexia. Dislexia. Disponível em. Acesso em 18 de out. 2022 

HADDAD, Vany (2022)

KHAN, Aamir. Como Estrelas na Terra - Toda Criança é Especial (2h 42min. 06s). Disponível em: https://www.netflix.com/watch/70087087 . Acesso em: 18 de out. 2022

terça-feira, 11 de outubro de 2022

Dia das Crianças: Como Surgiu e Dicas da Vany

 Boa noite!! Hoje iremos falar sobre o Dia das Crianças.

O Dia das Crianças é uma data comemorativa celebrada em homenagem a elas, cujo dia efetivo varia de acordo com o país. No Brasil é celebrado em 12 de outubro.

ONU reconhece o dia 20 de novembro como o Dia Mundial da Criança, por ser a data em que foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos da Criança em 1959 e a Convenção dos Direitos da Criança em 1989.

Tudo começou em 1923, durante o 3º Congresso Sul-americano da Criança, quando o deputado federal Galdino do Valle Filho idealizou a criação de um dia nacional dedicado aos pequenos. Dessa forma, por meio do decreto n.º 4.867, de 5 de novembro de 1924, o presidente Artur Bernardes oficializou o dia 12 de outubro como o Dia das Crianças. 

A escolha da data foi muito interessante, já que coincide com o dia em que Cristóvão Colombo descobriu as Américas. Além disso, o Dia das Crianças é feriado nacional graças a uma coincidência: ser comemorado junto ao dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.

De acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), a criança tem direito a uma educação de qualidade, amor, respeito, segurança, brincar e interagir com o mundo ao seu redor.

A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para educação.

O Art. 3º da LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990., afirma que a criança e  adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se - lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

 Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

 Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;

II - Opinião e expressão;

III - Crença e culto religioso;

IV - Brincar, praticar esportes e divertir-se;

V - Participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação.

 

Presença é melhor do que presente!

Para Leo Fraiman, participar da educação, da vida do filho, poder conhecê-lo faz parte da formação do caráter do indivíduo que percorre pela vida inteira. Brincar com as crianças é fundamental, elas merecem!

O momento da brincadeira é uma oportunidade de desenvolvimento para a criança. Através do brincar ela aprende, experimenta o mundo, possibilidades, relações sociais, elabora sua autonomia de ação, organiza emoções.

Segundo Içami Tiba, conforme crescem, as crianças continuam a esperar que os pais demonstrem seu amor por elas. Passam a compreender melhor esse amor através das atitudes vivenciadas em casa, através dos gestos do cuidado e do carinho. Aceitá-las integralmente é a nascente de onde fluiu o amor.


Dessa forma, os pais colaboram para a formação e desenvolvimento físico, psíquico, moral e ético dos filhos, cabendo a eles passarem noções de afeto e segurança, formação de caráter e da personalidade.

 

Para as crianças é melhor ter a presença dos pais ou cuidadores, do que um celular em suas mãos!

Brincar livre, possibilita também a criatividade! Soltem a imaginação e divirtam-se.

 

Espero que tenham gostado

Um abraço

Profª Vany Haddad (Autista)

 

Referências Bibliográficas

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_universal_direitos_crianca.pdf

FRAIMAN, Leo A Síndrome do Imperador - Pais Empoderados Educam Melhor. São Paulo/SP - FTD, 2019

TIBA, Içami. Quem Ama Educa!: Formando Cidadãos Éticos. Ed. Integrare, 2007

 




domingo, 25 de setembro de 2022

A Importância de Ensinar as Crianças Sobre o Trânsito

Boa noite!!

Hoje vamos falar sobre a importância de ensinar as crianças sobre o trânsito.

Em 1997 foi promulgado por meio da lei nº 9.503, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que regulamenta os direitos e deveres de todos os indivíduos no trânsito.

É importante que nossas crianças aprendam desde cedo sobre as leis do espaço coletivo urbano e rural. Aprender a importância da faixa de pedestre, as cores do semáforo entre tantos outros fatos da mobilidade urbana. Ensiná-los a bem conviver no trânsito é gerar novos cidadãos conscientes de seus direitos e deveres nas ruas.

 

O trânsito é o espaço onde acontece o movimento de pessoas, de veículos e de animais. E, que pode ser tanto em ruas quanto em estradas. É um espaço coletivo, ou seja, é um local onde as pessoas podem conviver e se comunicar. Todos têm direitos e deveres. Por isso, é necessário, que haja respeito e compreensão entre todos que participam do trânsito.

No trânsito, também existem regras e leis, que devem ser cumpridas, para que haja organização e para que tudo funcione direitinho. Quando as pessoas esquecem disso, ou seja, desrespeitam essas regras e leis, é que acontecem os acidentes. É muito importante que todos conheçam quais são as formas corretas de se comportar no trânsito, respeitando as outras pessoas que também convivem no mesmo espaço. Assim, fica fácil evitar os acidentes, preservar nossa vida e a vida das outras pessoas.

Com trânsito não dá para brincar: trânsito não é autorama nem videogame! É necessário respeito e cordialidade no trânsito. É muito importante que cada um faça sua parte, respeitando e se fazendo ser respeitado. O Brasil tem um conjunto de leis de trânsito, que foi revisto e ampliado há pouco tempo, em 1997. Todas essas leis estão reunidas num só livro, que tem o nome de “Código de Trânsito Brasileiro” ou simplesmente “CTB”.

Crianças não são motoristas, mas isso de forma alguma as exclui como personagens do trânsito. Elas são pedestres, passageiras, ciclistas, o que reforça a importância de incluí-las na pauta sobre a educação no trânsito.

A criança educada para o trânsito colabora para a proteção de si mesma e dos outros, além de se tornar um adolescente e, depois, um adulto mais cuidadoso. 

Para fazer as crianças enfrentar seus trajetos diários com segurança e com comportamentos solidários, procure passar as seguintes orientações:

A pé

·        
Ao chegar a um cruzamento e encontrar o semáforo de pedestres aberto, aguardar o fechamento e a posterior reabertura para atravessar.

·         Nunca atravessar um cruzamento na diagonal.

·         Atravessar na faixa de segurança, nunca entre os veículos.

·         Andar sobre a calçada, com cuidado nas entradas e saídas de veículos.

·         Ao descer de um ônibus, não atravessar a rua na frente dele.

·         Ao atravessar uma rua de mão única, olhar para os dois lados.

·         À noite, procurar um local iluminado para atravessar a rua.

·         Ao atravessar, escolher um local onde não haja obstáculos que impeçam o motorista e o motociclista de vê-lo.

·         Quando o adulto estiver com uma criança deve segurá-la pelo pulso.

·         Crianças devem estar sempre no banco de trás, com equipamento de segurança adequado.

 

A educação infantil relacionada às questões de trânsito, começa em casa, e quanto mais cedo ela se iniciar melhor. É importante que os pais estejam sempre atentos às situações de trânsito e apontem situações erradas e certas de motoristas, pedestres e ciclistas para as crianças. Isso as ajudará a começar a entender mais sobre o certo e o errado no trânsito.

Fora esse convívio com os pais, existem brincadeiras e ferramentas lúdicas que podem ajudam nesta educação.

 

Então, como trabalhar o trânsito?

·         Faça cartões com os diferentes tipos de veículos (carro, ônibus, bicicleta)

·         As placas de trânsito (proibido estacionar, animais na pista, lombada)

·         Ações corretas (atravessar a rua na faixa de pedestres, parar no farol vermelho).

Comece a conversar com ela sobre o assunto e fazer a sua parte.

 

Criança aprende pelo exemplo e se sente útil.

 

Formar cidadãos mais conscientes, cuidadosos e responsáveis nas pistas das capitais do país, de modo a tornar a preservação da vida uma prioridade. Além disso, uma criança bem-informada pode fazer os mais velhos recordarem aquelas regras básicas.

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

https://www.gov.br/antt/pt-br/assuntos/ultimas-noticias/tem-inicio-a-semana-nacional-do-transito-2022

Espero que tenham gostado

Um forte abraço

 

Profª Vany Haddad (Pedagoga e Autista)

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

ATIVIDADES SENSORIAIS

Bom dia!!
O que é Atividade Sensorial?
Podemos dizer que é qualquer atividade lúdica que estimule os 5 sentidos da criança e são importantes para o desenvolvimento pois oferecem estímulos que as ajudarão a criar sinapses em seu cérebro e a formular hipóteses para a interpretação do mundo. Os bebês experimentam o mundo mordendo, cheirando, apertando, observando e ouvindo tudo com seus ouvidos atentos de recém-chegados exploradores da vida.
Para Piaget a importância do movimento está no fato de levar a criança a uma assimilação que se torna elemento de uma compreensão prática e consequentemente ao entendimento de sua ação. Para Wallon a motricidade infantil é lúdica, marcada pela expressividade que supera a instrumentalidade e a atividade mental se projeta no ato motor, ou seja, a aprendizagem se dá mediante a interação da criança com o mundo exterior e com seu próprio corpo.
 
BENEFICIOS DAS ATIVIDADES SENSORIAIS
Visão, tato, audição, paladar, olfato, movimento e equilíbrio, precisam ser trabalhados para que o desenvolvimento físico, social, cognitivo e diversas outras habilidades sejam potencializadas os brinquedos sensoriais são aqueles que estimulam os sentidos da criança, desenvolvendo a criatividade, a curiosidade e a coordenação motora fina.
Estudos indicam que ao proporcionar uma variedade de estímulos sensoriais estamos ajudando a alterar a estrutura neurológica da criança. 
 Durante estas atividades o cérebro constrói novas conexões nervosas que criam caminhos para melhorar as habilidades da criança de solucionar problemas e aumentar a capacidade cognitiva do indivíduo.
 
CONSTRUINDO CONEXÕES NERVOSAS
 À medida que as crianças usam ativamente seus sentidos em conjunto uns com os outros, isso ajuda a construir sinapses.
 Quando se trata da importância do jogo sensorial, este é um fator crucial porque estabelece uma base para que os pré-escolares sejam capazes de trabalhar em tarefas mais complexas, fortalece o desenvolvimento da linguagem, melhora as habilidades de resolução de problemas e apoia o crescimento cognitivo.
 O cérebro é um músculo que precisa ser exercitado e exposto a diversas experiências para ser fortalecido e a falta de diversidade destes estímulos adia este processo.
  
FORTALECIMENTO DAS HABILIDADES MOTORAS FINAS
• As atividades de jogo sensorial geralmente envolvem tocar, derramar, beliscar, classificar e mover ações.
• Crianças usam principalmente as mãos para explorar e, ao fazê-lo, desenvolvem suas habilidades motoras finas que mais tarde serão usadas para escrever, abotoar roupas, fechar jaquetas e amarrar sapatos.
 
COMO O AMBIENTE EM QUE BEBÊS E CRIANÇAS BRINCAM PODEM ATRASAR O DESENVOLVIMENTO SENSORIAL SAUDÁVEL?
• Precisamos refletir fortemente sobre onde as brincadeiras ocorrem e quais brinquedos são usados por nossos pequenos. Houve uma mudança drástica nos espaços e objetos que são oferecidos para as crianças brincarem nos últimos tempos.
 • O foco na segurança e higiene podem ter sido os fatores que contribuíram para o aumento na dificuldade de processamento sensorial.
• A transição de ambientes e objetos com texturas naturais (madeira, grama, areia, água, barro) que ofertam diversos estímulos ao mesmo tempo (sons, cheiros, sabores, texturas), para ambientes e brinquedos planejados em excesso, todos plastificados ou almofadados, vêm causando fortes problemas para o desenvolvimento sensorial saudável.
• Além disso, a obsessão com a higiene e a falta de equilíbrio em relação a este assunto, desmotiva pais e cuidadores a permitirem a exploração, criatividade e curiosidade da criança por medo da sujeira e de que a criança fique doente ou crie maus hábitos por ser permitida a comer com as mãos.
• Evite investir somente em brinquedos de plástico, porque ele é um material que gera pouquíssimo estímulo sensorial. A textura pode mudar, mas o cheiro, os sons, tudo é limitado;
• Opte por atividades ao ar livre;
• Pondere o excesso de segurança dos ambientes onde seu filho brinca;
• Permita a sujeira - ele deve ter a felicidade de brincar com barro, comer areia, rolar na grama.
 
• Lembre-se de que sujeira é algo que pode ser solucionado com um banho, problemas sensoriais não!
 
TIPOS DE ATIVIDADES SENSORIAIS
·        Os brinquedos sensoriais também ajudam as crianças com autismo, TDAH e outros transtornos sensoriais, a relaxar, focar e acalmar-se perante um determinado cenário ou evento.
·        Eles ajudam a desenvolver habilidades de aprendizagem social, como planejamento, negociação e compartilhamento. Existem vários tipos de brinquedos sensoriais disponíveis, explorando um ou mais sentidos de forma divertida.
 
GARRAFAS
Brinquedos construídos a partir de restinhos de materiais, com o objetivo de desenvolver a concentração.
• O QUE TRABALHA? Visão, audição, tato
• QUANDO OFERECER? A partir dos 03 meses de idade
 
SALADA DE FRUTAS
• O QUE TRABALHA?
Visão, audição, paladar, tato e olfato
• QUANDO OFERECER? A partir da IA  (Introdução Alimentar que inicia ao 6 meses de idade)
 
ÁGUA
Com essa atividade a criança vai vivenciar uma experiência com as sensações de seco e de molhado, ampliar suas percepções táteis e visuais e trabalhar a oralidade.
• O QUE TRABALHA?
 Visão, audição, tato
• QUANDO OFERECER?
A partir de 06 meses.
 
ESPELHOS
A autodescoberta é uma exploração sensorial relacionada ao desenvolvimento psicológico e é essencial para que a criança se perceba enquanto individuo autônomo. Wallon ainda ressalta que não se pode esquecer de que o rico trabalho com espelhos é capaz de possibilitar a estruturação e o recorte corporal, por meio da apropriação da imagem exterior, isto é brincar com seu próprio eu.
• O QUE TRABALHA?
 Visão, propriocepção, tato
• QUANDO OFERECER?
A partir de 02 meses
 
 
AREIA
A areia, assim como a água, é uma grande aliada no processo de aprendizado das crianças. Por se tratar de um material neutro, que pode tornar qualquer tipo de forma, a areia estimula a criatividade, o desenvolvimento sensorial, a coordenação motora fina, a concentração e estimula a aprendizagem e muita diversão em grupo
·                    O QUE TRABALHA?
Visão, tato, propriocepção
·                    QUANDO OFERECER?
A partir dos 04 meses.
 
GELATINA
As crianças podem tocar, provar o sabor e brincar, possibilitando a elas o despertar de diferentes sensações como o de sentir a temperatura, a textura, o cheiro e o gosto. Para deixar a brincadeira mais natural, especialmente para os bebês, use gelatina incolor com suco de frutas ou legumes para dar cor.
·                    O QUE TRABALHA: visão, tato, paladar e olfato.
·                    QUANDO OFERECER?
A partir dos 06 meses
 
COM ARROZ
Estimula noções do corpo, sensação e percepção. A partir do movimento é também uma forma de estimular a propriocepção. Pode ser estimulado a discriminação da percepção corporal e de objetos.
 
Visão, propriocepção, tato
• QUANDO OFERECER? A partir de 12 meses
 
 
Outras opções
·         Bonecos sensoriais
·         Bichos de pelúcia
·         Livros sensoriais

Hoje vamos falar sobre Atividades Sensoriais

• O QUE TRABALHA?


Use a sua imaginação!! A brincadeira é a diversão para as crianças!!



"Para a criança, tudo é a primeira vez!" Prof.ª Márcia Garcia

Espero que tenham gostado!!

Um abraço

Profª Vany Haddad (Autista)



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://institutoneurosaber.com.br/atividades-sensoriais-para-criancas-com-autismo/

GARCIA, Márcia (2022)

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

TPS: TRANSTORNO DE PROCESSAMENTO SENSORIAL

Boa tarde!! Hoje vamos falar sobre o Transtorno de Processamento Sensorial (TPS)

O Transtorno de Processamento Sensorial descreve as dificuldades que as crianças enfrentam por não serem capazes de interpretar de forma eficaz as mensagens sensoriais que recebem do seu corpo e do ambiente. Isso acontece porque algumas entradas sensoriais podem ser opressoras ou não percebidas pelo cérebro.

Imagine-se dirigindo um carro que não esteja funcionando bem. Quando você pisa no acelerador o carro às vezes dá um salto para frente e às vezes não responde. A buzina, quando acionada, soa estridente. O freio algumas vezes desacelera o carro, mas nem sempre. Os limpadores funcionam ocasionalmente, o volante é errático e o velocímetro é inexato. Você trava uma constante luta para manter o carro na estrada e fica difícil concentrar-se em qualquer outra coisa.

O cérebro precisa de uma variedade contínua de estímulos sensoriais para funcionar e se desenvolver. O processamento é muito complexo, uma vez que diferentes tipos de “inputs” sensoriais se entrelaçam por todo o cérebro.

Os neurônios são células altamente especializadas na recepção e envio de sinais eletroquímicos. Cada neurônio recebe milhares de sinais de entrada ou “inputs”. Do ponto de vista funcional os neurônios podem ser classificados em neurônios sensoriais, que recebem o “input” sensorial e conduzem o impulso para o sistema nervoso central; neurônios motores, que transmitem esses impulsos para os músculos e as glândulas, ou seja, a resposta motora ao “input”; e os interneurônios, que estabelecem ligações entre os neurônios sensoriais e os neurônios motores. 

O termo “integração sensorial” apresenta muitos usos, o que tem sido fonte de muitos equívocos. Pode referir-se à Teoria da Integração Sensorial que teoriza sobre a relação cérebro/comportamento, ou seja, sobre a relação do processamento sensorial com respostas comportamentais.

O termo diagnóstico Transtorno de Processamento Sensorial passou a ser utilizado para fazer distinção tanto da teoria quanto do modelo de intervenção e do processo neurofisiológico. Entretanto, são muitas as pesquisas que buscam validá-lo; inclusive sua inserção no próximo DSM-V chegou a ser cogitada.


A hiporeatividade, contrariamente à hiperreatividade caracteriza-se por uma resposta pobre, ou mesmo inexistente, ao input sensorial, sendo necessário mais estímulo, mais intensidade para que a informação seja processada a nível do sistema nervoso central.

Estudos mostram que as habilidades sensoriais dos autistas podem ser ineficientes. Sabe-se que os estímulos sensoriais não são registrados adequadamente e, também não são modulados de forma correta pelo cérebro, pelo Sistema Nervoso Central (SNC) da pessoa.

A pessoa com TPS pode apresentar por exemplo uma sensibilidade maior aos estímulos do ambiente ou ainda uma sensibilidade muito menor, que chamamos de hipersensibilidade e hipossensibilidade.

Quando há hipersensibilidade, a pessoa percebe os estímulos do ambiente com mais facilidade. Por isso, acham as luzes e as cores muito brilhantes, os sons ficam bem intensos, os odores se tornam muito fortes e as sensações táteis são interpretadas de modo profundo.

Já quem tem hipossensibilidade precisa de bastante excitação ou esforço para sentir o estímulo. Nesses casos, a pessoa costuma ser agitada, faz mais bagunça, tem pouca resposta à dor ou gosta de muito barulho, por exemplo.

Essas alterações sensoriais podem ser visuais, por exemplo, a pessoa tem dificuldades de diferenciar tamanhos, formatos e cores de objetos, calcula errado uma distância e tem uma noção espacial pobre o que faz com que essa pessoa caia com frequência ou esbarre muito nas coisas ao redor.

Essas alterações sensoriais também podem ser auditivas (por exemplo a pessoa não suporta ambientes com muito barulho e fica tapando os ouvidos), podem ser olfativas, vestibular (que está relacionado com a sensação de movimento principalmente da cabeça. Por exemplo se a criança é hipossensivel na questão vestibular ela normalmente vai ficar pulando, rodando e girando ao redor do corpo), também podem ser gustativas e tátil (em relação ao toque e temperatura). Então todas essas questões sensoriais podem se apresentar de diferentes formas e intensidades.

Os autistas muitas vezes sentem muitas dificuldades para lidar com as diversas sensações do ambiente.  É muito comum pessoas com autismo apresentarem essas questões sensoriais e se sentir incomodados com sons, luzes, texturas, movimentos, toques e sabores. E isso pode levar a crises.

 

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

KANDEL (2000)