Boa tarde!!
Você já parou para pensar como funciona?
Vamos descobrir juntos:
O cérebro de bebês e de crianças pequenas
desenvolve-se rapidamente. Desde o nascimento, quando pesa 25% do peso que terá
na idade adulta, o cérebro aumenta em dois anos para 75% desse peso.
No entanto, nem todas as partes do cérebro
desenvolvem-se ao mesmo tempo, o que é particularmente verdadeiro para as áreas
do cérebro envolvidas na memória declarativa. As células que compõem grande
parte do hipocampo – uma estrutura cerebral no lobo temporal medial, necessária
para a formação de memórias declarativas – são formadas no final do período
pré-natal. No entanto, as células situadas no giro denteado do hipocampo.
A estrutura com regiões corticais do cérebro –
aparentemente só estarão maduras por volta de 12 a 15 meses de idade. Outra
área do cérebro envolvida nas funções de memória é o córtex pré-frontal. A
densidade das sinapses nessa área aumenta drasticamente aos 8 meses de idade,
atingindo seu máximo entre 15 e 24 meses. Mudanças continuam a ocorrer após
esse período, estendendo-se pela adolescência. Assim sendo, vemos mudanças
drásticas nas áreas do cérebro envolvidas com a memória ao longo dos dois
primeiros anos de vida.
Bebês são capazes de criar memórias, ainda que não
sejam capazes de lembrar-se delas quando adultos.
A primeira infância é
um período crítico para trabalhar habilidades que serão essenciais ao
desempenho escolar e à vida em sociedade. Entre elas, o autocontrole, a atenção
e a capacidade de resolver problemas.
Hoje se sabe que as
crianças já nascem prontas para aprender. O cérebro dos bebês recebe uma gama
imensa de estimulações ainda intraútero e, a partir dessas
informações, eles já desenvolvem conceitos físicos e biológicos, chegando a
estabelecer relações de causa e efeito, quantidade (comprovadamente até quatro
elementos) e conceitos relacionados à língua nativa. Para os bebês, a manutenção
dos estímulos já apresentados intraútero, como luz e sons, deve ser mantida
para o reforço e a intensificação dos registros de memórias sensoriais que já
começaram a construir antes de nascer.
O cérebro
dos bebês é ávido por receber estímulos ambientais e processá-los, desde que
sejam respeitadas questões de ordem de apresentação, quantidade, velocidade e,
principalmente, ritmo. Sabe-se, por exemplo, que os bebês têm preferência
(melhor qualidade de respostas) a sons da fala humana do que a ruídos do ambiente;
apresentam, desde os primeiros dias de vida, noções intuitivas de quantidade,
memorizam sons, reconhecem e diferenciam acusticamente traços mínimos do idioma
e demonstram preferências sensoriais por formas arredondadas e objetos
simétricos e em movimento.
O cérebro do
bebê desenvolve-se, assim, em resposta aos componentes genéticos (que sustentam
as bases biológicas para o desenvolvimento) e ambientais. Dessa forma, durante
toda a gestação e após o nascimento, o cérebro do bebê recebe e processa estímulos
ambientais, ainda que reduzidos ou distorcidos. Essas informações são
processadas e reforçam as sinapses que já foram estabelecidas a partir do
período gestacional, uma vez que o cérebro do recém-nascido conta com uma
superprodução de sinapses que serão seletivamente perdidas ao longo dos três
primeiros anos, no processo chamado poda neuronal (descarte de neurônios). A
experiência e a estimulação reforçam as sinapses já estabelecidas, ou
seja, a aprendizagem modifica a estrutura física do cérebro, favorecendo
assim a estabilização e a formação de novas sinapses.
O cérebro dos bebês
recebe uma gama imensa de estimulações ainda intraútero e, a partir dessas
informações, eles já desenvolvem conceitos físicos e biológicos, chegando a
estabelecer relações de causa e efeito, quantidade (comprovadamente até quatro
elementos) e conceitos relacionados à língua nativa.
O bebê nasce com uma
estrutura cognitiva que lhe permite receber os estímulos e guardá-los na memória. Os neurônios, que são os encarregados de armazenar grande
parte da aprendizagem, se desenvolvem no terceiro trimestre da gestação.
O que são Funções Executivas?
As funções executivas constituem um conjunto de
habilidades que possibilitam uma reflexão atenta, isto é, deliberada e
intencionada a alcançar um objetivo. Um bom funcionamento executivo permite ao
indivíduo refletir antes de agir, trabalhar diferentes ideias mentalmente,
solucionar desafios inesperados, pensar sob diferentes ângulos, reconsiderar
opiniões e evitar distrações. Assim, essas habilidades são fundamentais para
tomar decisões, viver e pensar com autonomia. Seu principal desenvolvimento
ocorre de zero a seis anos de idade, período que corresponde à primeira
infância, e é fortemente influenciado pela qualidade e quantidade de
experiências que as crianças podem ter, inclusive relacionadas aos aspectos
biológico e emocional.
Para os bebês, a estimulação sensorial e a comunicação
verbal constituem os elementos da vivência adequada para o desenvolvimento da
memória de trabalho. Para as crianças, as habilidades relacionadas à memória de
trabalho possibilitam realizar atividades que envolvam algumas etapas sem o uso
de lembretes, fazer brincadeiras de diferentes tipos, formular estratégias em
jogos de regras. Na aprendizagem, a memória de trabalho auxilia a vincular
ideias na linguagem oral e escrita e resolver os diversos passos de um problema
de matemática.
Durante a infância, o controle inibitório é relevante
para as crianças esperarem sua vez de falar em uma roda de conversa, manterem a
atenção durante a leitura de uma história, participarem de brincadeiras que
requerem essa habilidade, como “estátua”. O desenvolvimento do controle
inibitório também possibilitará que, gradualmente, as crianças se tornem
capazes de controlar reações mais emotivas (como a mordida e o choro) e
consigam se acalmar para expressar seus sentimentos de outra forma.
Na vida de uma criança, a flexibilidade cognitiva
contribui para compreender distintas formas de jogar um jogo ou para tentar
diversas estratégias na solução de conflitos com outras crianças ou adultos.
Estudos identificam as regiões do cérebro envolvidas
com o processamento das funções executivas. Sistematicamente, destaca-se a
importância do córtex pré-frontal, área cortical localizada na região anterior
do cérebro.
O desenvolvimento dessas regiões pré-frontais favorece
a aquisição das habilidades relacionadas às funções executivas. Na primeira
infância, os circuitos das regiões pré-frontais são modificados, esculpidos,
consolidados em função das experiências da criança, notadamente aquelas que
envolvem interações sociais. Nas fases seguintes da vida, esses circuitos
continuam a amadurecer até o início da idade adulta. Todavia, a formação
ocorrida na primeira infância é determinante de todo o desenvolvimento
posterior.
Ressalta-se que o cérebro não está pronto assim que a
criança nasce. Ao contrário, sua formação ao longo do crescimento do indivíduo
pode ser comparada à construção de uma casa. A base fundamental do
desenvolvimento do cérebro, que seria análogo à construção do chão e das
paredes de uma casa, ocorre nos primeiros anos de vida e depende essencialmente
das experiências vivenciadas. Essa primeira etapa é fundamental para todo o
desenvolvimento posterior.
As funções executivas se desenvolvem progressivamente
ao longo da vida e, após um período de maturidade na fase adulta, sofrem um
declínio com o avanço da idade. No entanto, a trajetória da evolução dessas
habilidades ao longo do tempo não depende apenas da integridade do córtex
pré-frontal. Os estímulos que o cérebro recebe são essenciais para a formação
dessas habilidades. São importantes para o desenvolvimento das funções
executivas, tanto as heranças genéticas como os fatores ambientais e a sensibilidade
da criança frente aos estímulos.
O desenvolvimento das funções executivas, ocorrido na
primeira infância, será fundamental para a formação de habilidades em fases
posteriores da vida.
Desde as pesquisas originais do cientista suíço Jean
Piaget, experimentos feitos com bebês têm o objetivo de compreender as
habilidades que surgem nesta etapa da vida.
As capacidades mais simples de funcionamento
executivo, descritas a seguir, foram observadas em bebês em pesquisas
experimentais. Relacionada à habilidade de memória, há a capacidade de bebês,
entre sete e nove meses, buscarem objetos que foram visualizados e,
posteriormente, escondidos. Também entre nove e dez meses o bebê poderá
realizar planos simples com uma finalidade específica. Assim, por exemplo, ao
ver um brinquedo ser escondido sob um pano, o bebê poderá se deslocar até o
pano, removê-lo e apanhar o brinquedo. Quanto ao controle inibitório e à
capacidade de manter a atenção, também há sinais de precursores dessas
habilidades em bebês. A partir de seis meses, bebês podem aprender a não tocar
em algo. Entre oito e dez meses, inicia-se a capacidade de manter a atenção
apesar de distrações. Bebês, a partir de nove ou 11 meses, podem inibir a
tentativa de alcançar objetos que estejam fora do alcance (por exemplo, um
brinquedo atrás de uma porta de vidro). Também uma forma mais simples da
habilidade de flexibilidade cognitiva aparece em bebês. Entre nove e 11 meses,
bebês desenvolvem a capacidade de buscar métodos alternativos para pegar
objetos que não estão sob o alcance direto das mãos.
A primeira infância constitui um momento fundamental para o desenvolvimento do ser humano, uma vez que nessa etapa da vida são moldadas diversas habilidades, entre as quais destacam-se as relacionadas ao funcionamento executivo. Necessárias para a tomada de decisões e o domínio sobre o comportamento, as funções executivas devem ser desenvolvidas desde a primeira infância para que o indivíduo possa ter o controle da própria vida posteriormente e assumir responsabilidades. As habilidades que compõem as funções executivas são essenciais para o controle consciente e deliberado sobre ações, pensamentos e emoções. Tais capacidades possibilitam ao indivíduo gerenciar seu comportamento e suas ideias de forma autônoma e independente.
As funções executivas, tal como o próprio cérebro, devem ser cuidadas e aprimoradas ao longo da vida.
ASSUNÇÃO.J (2022)
BRYSON. T; SIEGEL. D. O Cérebro da Criança: 12 Estratégias Revolucionárias Para Nutrir a Mente em Desenvolvimento do Seu Filho - 1ªED. (2015)