quarta-feira, 31 de agosto de 2022

TPS: TRANSTORNO DE PROCESSAMENTO SENSORIAL

Boa tarde!! Hoje vamos falar sobre o Transtorno de Processamento Sensorial (TPS)

O Transtorno de Processamento Sensorial descreve as dificuldades que as crianças enfrentam por não serem capazes de interpretar de forma eficaz as mensagens sensoriais que recebem do seu corpo e do ambiente. Isso acontece porque algumas entradas sensoriais podem ser opressoras ou não percebidas pelo cérebro.

Imagine-se dirigindo um carro que não esteja funcionando bem. Quando você pisa no acelerador o carro às vezes dá um salto para frente e às vezes não responde. A buzina, quando acionada, soa estridente. O freio algumas vezes desacelera o carro, mas nem sempre. Os limpadores funcionam ocasionalmente, o volante é errático e o velocímetro é inexato. Você trava uma constante luta para manter o carro na estrada e fica difícil concentrar-se em qualquer outra coisa.

O cérebro precisa de uma variedade contínua de estímulos sensoriais para funcionar e se desenvolver. O processamento é muito complexo, uma vez que diferentes tipos de “inputs” sensoriais se entrelaçam por todo o cérebro.

Os neurônios são células altamente especializadas na recepção e envio de sinais eletroquímicos. Cada neurônio recebe milhares de sinais de entrada ou “inputs”. Do ponto de vista funcional os neurônios podem ser classificados em neurônios sensoriais, que recebem o “input” sensorial e conduzem o impulso para o sistema nervoso central; neurônios motores, que transmitem esses impulsos para os músculos e as glândulas, ou seja, a resposta motora ao “input”; e os interneurônios, que estabelecem ligações entre os neurônios sensoriais e os neurônios motores. 

O termo “integração sensorial” apresenta muitos usos, o que tem sido fonte de muitos equívocos. Pode referir-se à Teoria da Integração Sensorial que teoriza sobre a relação cérebro/comportamento, ou seja, sobre a relação do processamento sensorial com respostas comportamentais.

O termo diagnóstico Transtorno de Processamento Sensorial passou a ser utilizado para fazer distinção tanto da teoria quanto do modelo de intervenção e do processo neurofisiológico. Entretanto, são muitas as pesquisas que buscam validá-lo; inclusive sua inserção no próximo DSM-V chegou a ser cogitada.


A hiporeatividade, contrariamente à hiperreatividade caracteriza-se por uma resposta pobre, ou mesmo inexistente, ao input sensorial, sendo necessário mais estímulo, mais intensidade para que a informação seja processada a nível do sistema nervoso central.

Estudos mostram que as habilidades sensoriais dos autistas podem ser ineficientes. Sabe-se que os estímulos sensoriais não são registrados adequadamente e, também não são modulados de forma correta pelo cérebro, pelo Sistema Nervoso Central (SNC) da pessoa.

A pessoa com TPS pode apresentar por exemplo uma sensibilidade maior aos estímulos do ambiente ou ainda uma sensibilidade muito menor, que chamamos de hipersensibilidade e hipossensibilidade.

Quando há hipersensibilidade, a pessoa percebe os estímulos do ambiente com mais facilidade. Por isso, acham as luzes e as cores muito brilhantes, os sons ficam bem intensos, os odores se tornam muito fortes e as sensações táteis são interpretadas de modo profundo.

Já quem tem hipossensibilidade precisa de bastante excitação ou esforço para sentir o estímulo. Nesses casos, a pessoa costuma ser agitada, faz mais bagunça, tem pouca resposta à dor ou gosta de muito barulho, por exemplo.

Essas alterações sensoriais podem ser visuais, por exemplo, a pessoa tem dificuldades de diferenciar tamanhos, formatos e cores de objetos, calcula errado uma distância e tem uma noção espacial pobre o que faz com que essa pessoa caia com frequência ou esbarre muito nas coisas ao redor.

Essas alterações sensoriais também podem ser auditivas (por exemplo a pessoa não suporta ambientes com muito barulho e fica tapando os ouvidos), podem ser olfativas, vestibular (que está relacionado com a sensação de movimento principalmente da cabeça. Por exemplo se a criança é hipossensivel na questão vestibular ela normalmente vai ficar pulando, rodando e girando ao redor do corpo), também podem ser gustativas e tátil (em relação ao toque e temperatura). Então todas essas questões sensoriais podem se apresentar de diferentes formas e intensidades.

Os autistas muitas vezes sentem muitas dificuldades para lidar com as diversas sensações do ambiente.  É muito comum pessoas com autismo apresentarem essas questões sensoriais e se sentir incomodados com sons, luzes, texturas, movimentos, toques e sabores. E isso pode levar a crises.

 

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

KANDEL (2000)

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