Boa tarde!! Hoje vamos falar
sobre o Transtorno de Processamento Sensorial (TPS)
O Transtorno de
Processamento Sensorial descreve as dificuldades que as crianças enfrentam
por não serem capazes de interpretar de forma eficaz as mensagens sensoriais
que recebem do seu corpo e do ambiente. Isso acontece porque algumas entradas
sensoriais podem ser opressoras ou não percebidas pelo cérebro.
Imagine-se
dirigindo um carro que não esteja funcionando bem. Quando você pisa no
acelerador o carro às vezes dá um salto para frente e às vezes não responde. A
buzina, quando acionada, soa estridente. O freio algumas vezes desacelera o
carro, mas nem sempre. Os limpadores funcionam ocasionalmente, o volante é
errático e o velocímetro é inexato. Você trava uma constante luta para manter o
carro na estrada e fica difícil concentrar-se em qualquer outra coisa.
O cérebro
precisa de uma variedade contínua de estímulos sensoriais para funcionar e se
desenvolver. O processamento é muito complexo, uma vez que diferentes tipos de
“inputs” sensoriais se entrelaçam por todo o cérebro.
Os neurônios são células altamente especializadas na recepção e envio de sinais eletroquímicos. Cada neurônio recebe milhares de sinais de entrada ou “inputs”. Do ponto de vista funcional os neurônios podem ser classificados em neurônios sensoriais, que recebem o “input” sensorial e conduzem o impulso para o sistema nervoso central; neurônios motores, que transmitem esses impulsos para os músculos e as glândulas, ou seja, a resposta motora ao “input”; e os interneurônios, que estabelecem ligações entre os neurônios sensoriais e os neurônios motores.
O termo “integração sensorial” apresenta muitos usos, o que tem sido fonte de muitos equívocos. Pode referir-se à Teoria da Integração Sensorial que teoriza sobre a relação cérebro/comportamento, ou seja, sobre a relação do processamento sensorial com respostas comportamentais.
O termo
diagnóstico Transtorno de Processamento Sensorial passou a ser utilizado para
fazer distinção tanto da teoria quanto do modelo de intervenção e do processo
neurofisiológico. Entretanto, são muitas as pesquisas que buscam validá-lo;
inclusive sua inserção no próximo DSM-V chegou a ser cogitada.
A hiporeatividade,
contrariamente à hiperreatividade caracteriza-se por uma resposta pobre, ou
mesmo inexistente, ao input sensorial, sendo necessário mais estímulo,
mais intensidade para que a informação seja processada a nível do sistema
nervoso central.
Estudos mostram que as
habilidades sensoriais dos autistas podem ser ineficientes. Sabe-se que os
estímulos sensoriais não são registrados adequadamente e, também não são modulados de forma correta pelo
cérebro, pelo Sistema Nervoso Central (SNC) da pessoa.
A
pessoa com TPS pode apresentar por exemplo uma sensibilidade maior aos
estímulos do ambiente ou ainda uma sensibilidade muito menor, que chamamos de
hipersensibilidade e hipossensibilidade.
Quando
há hipersensibilidade, a pessoa percebe os estímulos do ambiente com mais
facilidade. Por isso, acham as luzes e as cores muito brilhantes, os sons ficam
bem intensos, os odores se tornam muito fortes e as sensações táteis são
interpretadas de modo profundo.
Já
quem tem hipossensibilidade precisa de bastante excitação ou esforço para
sentir o estímulo. Nesses casos, a pessoa costuma ser agitada, faz mais
bagunça, tem pouca resposta à dor ou gosta de muito barulho, por exemplo.
Essas
alterações sensoriais podem ser visuais, por exemplo, a pessoa tem dificuldades
de diferenciar tamanhos, formatos e cores de objetos, calcula errado uma
distância e tem uma noção espacial pobre o que faz com que essa pessoa caia com
frequência ou esbarre muito nas coisas ao redor.
Essas
alterações sensoriais também podem ser auditivas (por exemplo a pessoa não
suporta ambientes com muito barulho e fica tapando os ouvidos), podem ser
olfativas, vestibular (que está relacionado com a sensação de movimento
principalmente da cabeça. Por exemplo se a criança é hipossensivel na questão
vestibular ela normalmente vai ficar pulando, rodando e girando ao redor do
corpo), também podem ser gustativas e tátil (em relação ao toque e
temperatura). Então todas essas questões sensoriais podem se apresentar de
diferentes formas e intensidades.
Os
autistas muitas vezes sentem muitas dificuldades para lidar com as diversas
sensações do ambiente. É muito comum pessoas com autismo
apresentarem essas questões sensoriais e se sentir incomodados com sons, luzes,
texturas, movimentos, toques e sabores. E isso pode levar a crises.
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
KANDEL
(2000)
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