sábado, 24 de dezembro de 2022

Como Funciona o Cérebro Dos Bebês?

 

Boa tarde!!

Você já parou para pensar como funciona?

Vamos descobrir juntos:

O cérebro de bebês e de crianças pequenas desenvolve-se rapidamente. Desde o nascimento, quando pesa 25% do peso que terá na idade adulta, o cérebro aumenta em dois anos para 75% desse peso.

No entanto, nem todas as partes do cérebro desenvolvem-se ao mesmo tempo, o que é particularmente verdadeiro para as áreas do cérebro envolvidas na memória declarativa. As células que compõem grande parte do hipocampo – uma estrutura cerebral no lobo temporal medial, necessária para a formação de memórias declarativas – são formadas no final do período pré-natal. No entanto, as células situadas no giro denteado do hipocampo.

A estrutura com regiões corticais do cérebro – aparentemente só estarão maduras por volta de 12 a 15 meses de idade. Outra área do cérebro envolvida nas funções de memória é o córtex pré-frontal. A densidade das sinapses nessa área aumenta drasticamente aos 8 meses de idade, atingindo seu máximo entre 15 e 24 meses. Mudanças continuam a ocorrer após esse período, estendendo-se pela adolescência. Assim sendo, vemos mudanças drásticas nas áreas do cérebro envolvidas com a memória ao longo dos dois primeiros anos de vida.

Bebês são capazes de criar memórias, ainda que não sejam capazes de lembrar-se delas quando adultos.

A primeira infância é um período crítico para trabalhar habilidades que serão essenciais ao desempenho escolar e à vida em sociedade. Entre elas, o autocontrole, a atenção e a capacidade de resolver problemas.

Hoje se sabe que as crianças já nascem prontas para aprender. O cérebro dos bebês recebe uma gama imensa de estimulações ainda intraútero e, a partir dessas informações, eles já desenvolvem conceitos físicos e biológicos, chegando a estabelecer relações de causa e efeito, quantidade (comprovadamente até quatro elementos) e conceitos relacionados à língua nativa. Para os bebês, a manutenção dos estímulos já apresentados intraútero, como luz e sons, deve ser mantida para o reforço e a intensificação dos registros de memórias sensoriais que já começaram a construir antes de nascer.

O cérebro dos bebês é ávido por receber estímulos ambientais e processá-los, desde que sejam respeitadas questões de ordem de apresentação, quantidade, velocidade e, principalmente, ritmo. Sabe-se, por exemplo, que os bebês têm preferência (melhor qualidade de respostas) a sons da fala humana do que a ruídos do ambiente; apresentam, desde os primeiros dias de vida, noções intuitivas de quantidade, memorizam sons, reconhecem e diferenciam acusticamente traços mínimos do idioma e demonstram preferências sensoriais por formas arredondadas e objetos simétricos e em movimento.

O cérebro do bebê desenvolve-se, assim, em resposta aos componentes genéticos (que sustentam as bases biológicas para o desenvolvimento) e ambientais. Dessa forma, durante toda a gestação e após o nascimento, o cérebro do bebê recebe e processa estímulos ambientais, ainda que reduzidos ou distorcidos. Essas informações são processadas e reforçam as sinapses que já foram estabelecidas a partir do período gestacional, uma vez que o cérebro do recém-nascido conta com uma superprodução de sinapses que serão seletivamente perdidas ao longo dos três primeiros anos, no processo chamado poda neuronal (descarte de neurônios). A experiência e a estimulação reforçam as sinapses já estabelecidas, ou seja, a aprendizagem modifica a estrutura física do cérebro, favorecendo assim a estabilização e a formação de novas sinapses.

O cérebro dos bebês recebe uma gama imensa de estimulações ainda intraútero e, a partir dessas informações, eles já desenvolvem conceitos físicos e biológicos, chegando a estabelecer relações de causa e efeito, quantidade (comprovadamente até quatro elementos) e conceitos relacionados à língua nativa.

O bebê nasce com uma estrutura cognitiva que lhe permite receber os estímulos e guardá-los na memória. Os neurônios, que são os encarregados de armazenar grande parte da aprendizagem, se desenvolvem no terceiro trimestre da gestação.

O que são Funções Executivas?

As funções executivas constituem um conjunto de habilidades que possibilitam uma reflexão atenta, isto é, deliberada e intencionada a alcançar um objetivo. Um bom funcionamento executivo permite ao indivíduo refletir antes de agir, trabalhar diferentes ideias mentalmente, solucionar desafios inesperados, pensar sob diferentes ângulos, reconsiderar opiniões e evitar distrações. Assim, essas habilidades são fundamentais para tomar decisões, viver e pensar com autonomia. Seu principal desenvolvimento ocorre de zero a seis anos de idade, período que corresponde à primeira infância, e é fortemente influenciado pela qualidade e quantidade de experiências que as crianças podem ter, inclusive relacionadas aos aspectos biológico e emocional.

Para os bebês, a estimulação sensorial e a comunicação verbal constituem os elementos da vivência adequada para o desenvolvimento da memória de trabalho. Para as crianças, as habilidades relacionadas à memória de trabalho possibilitam realizar atividades que envolvam algumas etapas sem o uso de lembretes, fazer brincadeiras de diferentes tipos, formular estratégias em jogos de regras. Na aprendizagem, a memória de trabalho auxilia a vincular ideias na linguagem oral e escrita e resolver os diversos passos de um problema de matemática.

Durante a infância, o controle inibitório é relevante para as crianças esperarem sua vez de falar em uma roda de conversa, manterem a atenção durante a leitura de uma história, participarem de brincadeiras que requerem essa habilidade, como “estátua”. O desenvolvimento do controle inibitório também possibilitará que, gradualmente, as crianças se tornem capazes de controlar reações mais emotivas (como a mordida e o choro) e consigam se acalmar para expressar seus sentimentos de outra forma.

Na vida de uma criança, a flexibilidade cognitiva contribui para compreender distintas formas de jogar um jogo ou para tentar diversas estratégias na solução de conflitos com outras crianças ou adultos.

Estudos identificam as regiões do cérebro envolvidas com o processamento das funções executivas. Sistematicamente, destaca-se a importância do córtex pré-frontal, área cortical localizada na região anterior do cérebro.

O desenvolvimento dessas regiões pré-frontais favorece a aquisição das habilidades relacionadas às funções executivas. Na primeira infância, os circuitos das regiões pré-frontais são modificados, esculpidos, consolidados em função das experiências da criança, notadamente aquelas que envolvem interações sociais. Nas fases seguintes da vida, esses circuitos continuam a amadurecer até o início da idade adulta. Todavia, a formação ocorrida na primeira infância é determinante de todo o desenvolvimento posterior.

Ressalta-se que o cérebro não está pronto assim que a criança nasce. Ao contrário, sua formação ao longo do crescimento do indivíduo pode ser comparada à construção de uma casa. A base fundamental do desenvolvimento do cérebro, que seria análogo à construção do chão e das paredes de uma casa, ocorre nos primeiros anos de vida e depende essencialmente das experiências vivenciadas. Essa primeira etapa é fundamental para todo o desenvolvimento posterior.

As funções executivas se desenvolvem progressivamente ao longo da vida e, após um período de maturidade na fase adulta, sofrem um declínio com o avanço da idade. No entanto, a trajetória da evolução dessas habilidades ao longo do tempo não depende apenas da integridade do córtex pré-frontal. Os estímulos que o cérebro recebe são essenciais para a formação dessas habilidades. São importantes para o desenvolvimento das funções executivas, tanto as heranças genéticas como os fatores ambientais e a sensibilidade da criança frente aos estímulos.

O desenvolvimento das funções executivas, ocorrido na primeira infância, será fundamental para a formação de habilidades em fases posteriores da vida.

Desde as pesquisas originais do cientista suíço Jean Piaget, experimentos feitos com bebês têm o objetivo de compreender as habilidades que surgem nesta etapa da vida.

As capacidades mais simples de funcionamento executivo, descritas a seguir, foram observadas em bebês em pesquisas experimentais. Relacionada à habilidade de memória, há a capacidade de bebês, entre sete e nove meses, buscarem objetos que foram visualizados e, posteriormente, escondidos. Também entre nove e dez meses o bebê poderá realizar planos simples com uma finalidade específica. Assim, por exemplo, ao ver um brinquedo ser escondido sob um pano, o bebê poderá se deslocar até o pano, removê-lo e apanhar o brinquedo. Quanto ao controle inibitório e à capacidade de manter a atenção, também há sinais de precursores dessas habilidades em bebês. A partir de seis meses, bebês podem aprender a não tocar em algo. Entre oito e dez meses, inicia-se a capacidade de manter a atenção apesar de distrações. Bebês, a partir de nove ou 11 meses, podem inibir a tentativa de alcançar objetos que estejam fora do alcance (por exemplo, um brinquedo atrás de uma porta de vidro). Também uma forma mais simples da habilidade de flexibilidade cognitiva aparece em bebês. Entre nove e 11 meses, bebês desenvolvem a capacidade de buscar métodos alternativos para pegar objetos que não estão sob o alcance direto das mãos.

A primeira infância constitui um momento fundamental para o desenvolvimento do ser humano, uma vez que nessa etapa da vida são moldadas diversas habilidades, entre as quais destacam-se as relacionadas ao funcionamento executivo. Necessárias para a tomada de decisões e o domínio sobre o comportamento, as funções executivas devem ser desenvolvidas desde a primeira infância para que o indivíduo possa ter o controle da própria vida posteriormente e assumir responsabilidades. As habilidades que compõem as funções executivas são essenciais para o controle consciente e deliberado sobre ações, pensamentos e emoções. Tais capacidades possibilitam ao indivíduo gerenciar seu comportamento e suas ideias de forma autônoma e independente.

As funções executivas, tal como o próprio cérebro, devem ser cuidadas e aprimoradas ao longo da vida.

Espero que tenha gostado


Um abraço afetuoso

Profª Vany Haddad (Autista)

Referências:

ASSUNÇÃO.J (2022)

BRYSON. T; SIEGEL. D. O Cérebro da Criança: 12 Estratégias Revolucionárias Para Nutrir a Mente em Desenvolvimento do Seu Filho - 1ªED. (2015) 


domingo, 18 de dezembro de 2022

Sentar Em W É Ou Não Indicado Para As Crianças?

 


Boa tarde! Hoje vamos descobrir se sentar em W é ou não indicado para as crianças.

Antes de responder essa pergunta, é importante esclarecer o que é sentar em W

O sentar em W refere-se à postura na qual a criança, quando sentada ao chão, posiciona as pernas em forma de W. Esse sentar é uma das posturas que as crianças assumem ao brincar.

Para a Fisioterapeuta Vivian Vargas, essa posição não é indicada para as crianças ficarem por muito tempo, pois, ela possibilita estabilidade, não necessitando que às crianças realizem rotações de tronco e transferências de peso no seu corpo, não fortalecendo, portanto, os grupos musculares necessários. Assim, o equilíbrio na postura sentada não é adquirido satisfatoriamente pelos estímulos não serem desafiadores.

Alterações Ortopédicas:

Quando sentada em “W”, os quadris encontram-se no limite da rotação interna, predispondo a criança a problemas ortopédicos futuros. Nesta posição anormal, o risco de luxação do quadril é preocupante. Esta posição também favorece a instalação de encurtamentos e contraturas musculares.

Então, o que fazer?

A criança deve passar por várias posições sentada durante o brincar. A alternância das posturas ajuda a criança a desenvolver os músculos do tronco e a formar as primeiras noções de equilíbrio e consciência corporal, porém quando ela assume apenas essa postura pode acarretar alterações ortopédicas, no desenvolvimento ósseo e no desenvolvimento motor.

Por isso a melhor forma de prevenir e observar a criança ao brincar e se a postura assumida for essa sem alteração para outras deve se reposicionar as pernas da criança a frente, mas comunicando a de que esta posição não e correta para ajudar criar uma consciência corporal. 

Modificar as Posturas Sentadas, aprimora o Controle Muscular

Por isso que quando a criança brinca modificando suas posturas sentadas ela aprimora o controle muscular, são capazes de realizar rotações de tronco, inclinações, transferências de peso laterais, reações de proteção e trabalham também a dissociação de cinturas.

Para escrever, utilizar talheres, ou qualquer outra atividade que exija controle distal, é preciso que o tronco seja estável e ofereça boa sustentação aos músculos que vão movimentar o braço.

Assim, se uma criança varia suas posturas sentadas e desenvolve o controle postural de tronco, então esta boa estabilidade proximal irá oferecer um melhor controle dos membros superiores permitindo que elas manipulem livremente os brinquedos e desenvolvam suas habilidades manuais.

 

Perfil do Instagram usado como referência:

@fisiovivianvargas